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quinta-feira, 27 de setembro de 2007

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Querido Blogue,

E depois se a miúda morreu por causas acidentais, um golpe na cabeça, overdose de barbitúricos, estupidez parental, malícia ou falta de jeito? E depois se a piquena, a quem o povão, bêbedo pela estúpida sensação de proximidade, com lagriminha pronta para o depoimento para o telejornal da noite trata por Maddie, a menina mais linda da Inglaterra, a do olho com a marca da campanha mundial onde habitam futebolistas, escritores best-sellers e até o Papa de Roma, não foi raptada, nem presa de máfias de órgãos, nem vítima de um sádico algarvio que a desfez em mil pedaços? E depois se foi a mãe, o pai ou os até os dois, que diferença haveria com outras meninas mortas, com as outras crianças afogadas com a almofada, estranguladas, envenenadas, esfaqueadas pelas mãos que as deveriam amar? Quem distingue entre uma loirinha de classe média inglesa e o piolhento do bairro da lata, entre a desaparecida num resort de luxo tudo incluído do pretenso primeiro mundo e os que nada podem meter à boca? Até quando teremos que suportar esta histeria de verão, um simples caso de polícia que, de tão manuseado pelas televisões, opinadores de meio pelo e gentalha à porta da igreja, relações públicas que engordam as contas bancárias de tanto chupar o sangue de uma criança e porta-vozes de ministérios e polícias que vociferam provas que já não o são, não passa de uma nauseabunda exposição de uma desgraça enorme mas igual a tantas outras inomináveis barbaridades que se cometem todos os dias? A estas alturas, com os media e vozes entendidas, juristas, pediatras e psicoanalistas a espalhar sem o mínimo de pudor tamanha miséria, vendo este cúmulo de desvergonha, sinto tanto asco que a minha esperança no ser humano, em geral, perde-se. Acabou-se a fé nesta merda toda. Cambada de anormais estamos feitos. Todos.

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