PARA ACABAR DE VEZ COM O AZAR
Por Ferreira Fernandes
NÃO ME ILUDO com a minha influência nos pais ingleses, não é nenhuma. Assim, não perco tempo aconselhando-os a cuidar mais dos filhos: não os deixando sozinhos quando vão jantar (velha conversa), ou, em praias desconhecidas, não os deixando entrar em águas revoltas (assunto actual). Se me ouvissem, traduziria o "há mar e mar, há ir e voltar", mas não me ouvem. Agora, lido por uma ou outra autoridade portuguesa, devo ser. A elas, relembro: somos um país de turismo. Então, aconselho precauções básicas. As praias perdidas, mesmo em época baixa, continuam a ser a bandeira que vendemos em caras campanhas de promoção. Daí que seja prudente supor que os turistas fora de época, que os há, apareçam nessas praias. Por isso, o meu conselho, quando as praias são perigosas: façam letreiros claros, e em inglês, dizendo que elas são perigosas. Já nem falo das vidas que se poupam. O que quero é não ter o susto de, um dia, os turistas concluírem que somos um país azarento.
«DN» de 25 de Outubro de 2007-c.a.a.
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