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Facetas da Cidadania: Solidariedade

Não ligo ao futebol, mas sei quem é o Mantorras. Soube dos seus problemas no joelho, de como a carreira não lhe tem corrido de feição, apesar de ter sido considerado um novo Eusébio.

No Domingo à noite sucedeu a Mantorras algo que poderia suceder a qualquer um de nós: um taxista que lhe transportava um familiar teve um AVC na rua, em frente à porta da sua casa. Mantorras e sua esposa não se limitaram a fazer o que qualquer um faria: chamar os bombeiros.

Fizeram tudo o que souberam e puderam para o ajudar: prestaram-lhe todo o auxílio possível, fizeram-lhe massagem cardíaca enquanto não chegavam os bombeiros. Foram mais longe: conhecendo um taxista, pediram-lhe que entrasse em contacto com os colegas para lhe descobrirem a família e tentaram contactá-los. No fim de os Bombeiros levarem o taxista, guardaram-lhe o taxi no quintal da sua vivenda. Nos dias seguintes, Mantorras e a sua esposa, Nina, mantiveram-se em contacto com a família do taxista, acompanhando o caso.

Mais do que a consciência de prestar o auxílio imediato, que é um dever de qualquer cidadão, o facto de contactarem a família e guardarem o carro do taxista revela genuíno interesse e solidariedade para com os que precisam.

Já conhecia a simplicidade de Mantorras, mas não conhecia a sua grandiosidade como ser humano. Ele não é um herói pelo que fez, mas demonstrou ser um grande homem. E isso para mim é mais do que suficiente para o admirar.