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terça-feira, 2 de outubro de 2007

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Hipocrisias IV

Mário Soares veio acenar, a propósito da eleição de Luís Filipe Menezes para líder do principal partido da oposição, com o Adamastor do populismo. Esquece-se, curiosamente, do populismo reinante no seu próprio “quintal” político. A diferença, é que a Menezes ainda faltam os tiques totalitários tão evidentes, alegadamente, (a força legal deste conceito é avassaladora) em Sócrates.

No resto, são mais as semelhanças do que as diferenças, até no recurso às Agências de Comunicação para gerirem a componente mediática das campanhas. Uma micro-diferença pode ainda, arguiu-se publicamente, ser encontrada na confrontação dos diplomas de estudos académicos.

Esquece-se Soares, e teremos de lhe perdoar a sua eventual amnésia (quiçá selectiva) dos nada populistas passeios de bicicleta.

Entretanto, outro colosso (dinossauro(?)) da nossa cultura, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua eucaristia vespertina domingueira, incapaz de disfarçar uma incontida azia (em virtude de ter publicamente apoiado o candidato derrotado), tratou de passar um pesado sermão aos incautos telespectadores da RTP 1, o qual apresentou sob a forma do indigesto supositório populista.

Para além de criticar a atitude passiva dos barões do PSD responsabilizando-os pelo desastre, o bom Marcelo particularizou uma destacada figura do partido a quem acusou de ter puxado o tapete a Mendes para o entregar a Menezes, esquecendo-se, por exemplo do expediente a que ele próprio recorreu para remover o populista Santana Lopes.

Mais, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua infinita livresca sabedoria, tratou de imediato colar a imagem de Menezes à de Santana Lopes, qual demo populista que urge exorcizar.

Porém, também Marcelo, como Soares, acometido de uma súbita, porém conveniente amnésia selectiva, esqueceu um célebre, contudo tão populista quanto os passeios de bicicleta de Soares, mergulho no Tejo (ainda hoje os peixes morrem devido à concentração de enxofre nas águas do rio – há que manter viva a memória de uma das mais eloquentes tiradas Chavistas) em plena campanha eleitoral para a Câmara de Lisboa.
Concluo:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas, interiormente, estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim, também, vós, exteriormente, pareçais justos aos homens, mas, interiormente, estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” (MATEUS, S.; Evangelho de S. Mateus, In A Bíblia Sagrada, Lisboa, Sociedades Bíblicas Unidas, 1968, XXIII, pp. 27-28).

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