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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

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Pobre povo
A revelação das escutas telefónicas no âmbito do caso Portucale pelo semanário Sol de 29-9-2207, numa peça intitulada "Demissão de Souto Moura - Escutas provam que Sócrates faltou à verdade" (link temporário) pôs a nu algumas partes obscenas, que anteriormente tinham sido cobertas nas notícias selectivas filtradas para o Expresso de 19-11-2005. Isto é, se já tinha sido exposto o envolvimento de Abel Pinheiro do PP, Rui Pereira do PS e Fernando Marques da Costa, conselheiro do Presidente da República, surge esta semana no Sol a notícia da intervenção do próprio Presidente da República Jorge Sampaio, o líder do PP Paulo Portas e o primeiro-ministro José Sócrates na conspiração para substituir o procurador-geral Souto de Moura por alguém de confiança do sistema socialista.

O José da Loja sintetiza a subjugação das instâncias judiciais à política, a propósito da entrevista do ex-director da Polícia Judiciária dr. Santos Cabral à Visão de 27-9-2007, numa expressão simples e crua: "o poder corrupto".

O que se desvenda no Sol é a manobra para demitir o Procurador-Geral da República José Souto de Moura por várias entidades entaladas: o Partido Socialista com o processo Casa Pia, o Presidente Sampaio preocupado com os efeitos do processo Casa Pia sobre o controlo do sistema pela linha socialista-maçónica e a direcção do CDS-PP aflita por causa do financiamento partidário, Portucale e, eventualmente, negócio dos submarinos. Para a manobra resultar e Souto de Moura teria de ser substituído por um novo procurador-geral de confiança - o próprio Rui Pereira... (Sampaio queria um não-militante socialista, o seu assessor e actual candidato a bastonário da Ordem dos Advogados Magalhães e Silva ou a Prof. Teresa Beleza...)...

Nestas trocas de favores, o Sol ( de 29-9-2007, p. 4) noticia que Rui Carlos Pereira, actual ministro da Administração Interna, "tentou ajudar Portas e outro dirigente do CDS, Abel Pinheiro, a confirmar se existia um inquérito do Ministério Público (MP) envolvendo aquele partido". Poderão os leitores dizer, com maldade, que essa intromissão política relativa a processos concretos é um pressuposto da ocupação do Ministério da Administração Interna por políticos socialistas, tendo em conta o precedente de António Talvez-O-Teu-Irmão-Seja-Altura-De-Procurar-o-Guerra Costa, mas mesmo assim convinha algum decoro na conversa xuxa sobre a chupeta.

A manobra terá falhado porque, aparentemente, o PSD não colaborou no pacto secreto e o próprio, ainda de acordo com esta edição do Sol de 29-9-2007 (p. 4), Souto de Moura terá prevenido Sampaio que ficou embaraçado para levar a ideia por diante. Mas da conspiração ressalta o despudor na condução dos assuntos de Estado de protagonistas que, num país onde imperasse a vergonha e as instituições judiciais funcionassem, seriam punidos e afastados pelo povo da vida política. O poder está podre e o povo pobre.

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